quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Anjo

Feliz! Boba alegre! Notícia boa que me fez sonhar durante a soneca com a cara do dono da notícia falando, falando, falando mais que...mais que eu quando me empolgo em contar algo. Naquela euforia de gente que ganhou presente sem esperar, como mensagem que chega no cel, vindo de quem você mais gosta mas menos espera. Euforia como a que eu tinha ao tagarelar há pouco com um amigo sobre meu jeito cri-cri de resolver os problemas, tecendo os mil orgulhos e perdendo-os todos diante de uma boba mensagem. Feliz. Como momento surpresa. Como minutos que ficam sem explicação, porque as palavras inventadas até aqui não os compreendem bem, e quando vêem, ele já passou. Como o que é mesmo para ser sentido e mais nada. Feliz. "Mais fácil entender do que explicar", como tentou um dia uma pessoa que eu gosto muito. Fácil como dar aquele sorriso de canto de boca quando a gente faz birra (como criança sem anjo por perto) e de repente vê o cel acender pra mostrar o nome do ser - que era para estar bravo mas também ri do outro lado. Euforia das que saem das coisas simples, inevitável como sorrir junto quando um bebê acorda e reconhece as pessoas que assumirão o papel dos anjos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Certeza

Eu o fazia rir com histórias que a ele chegam a parecer irreais, de tanto que ri, quando tive que sair. Pedi que esperasse. Não esperei por isso. Já não sabemos dizer há quanto tempo não conversamos sobre assuntos importantes. Sobre o que nos preocupa de verdade ou nossos medos. Não sinto mais medo. Ele parece tê-los mais do que já sentia antes. Mas já não reclama. Senti saudade da nossa dança, mas a entendi como uma fase que, diferente de algumas outras, talvez volte. E acredito que volte mesmo. Quando menos estivermos esperando e mais precisarmos dela. Lembrei do blog, que eu não abro há dias. E dei de cara com um texto. Não me disse nada, nem enviou antes por e-mail. Não perguntou. Nem sei se era para eu ler. Acho engraçado o jeito dele ser sério e fiel ao que às vezes eu invento para poder dançar um pouco. Acho engraçado o quanto ele experimenta. E como embarca nas minhas invenções, manias e vícios como quem olha antes à volta para ter certeza de que ninguém está espiando. E quando acesso o blog tem lá um pequeno texto, que ele fez talvez sem pensar que eu fosse ler. Ou se fez já esperando, continua esperando. Sem pressa. Não temos mais pressa.
Senti saudade de ouvir Buena Vista. Sentir o som preencher todo o espaço onde o tempo se esforça pra mover ponteiros. Saudade de deixar a nota dançar como queira. E o ritmo ocupar todos os sentidos. Fechar os olhos. Privilégios tantos estes nossos, de não entender e, ao procurar, ainda que não achando respostas ou saídas, até se esquecer da busca. De tanto notar o caminho.

sábado, 1 de setembro de 2007

Silêncio, cobrança e certeza

Silêncio, que estão dormindo. Em uma semana muda e por demais turbulenta, a distância predominou. Não por opção. De novo, os dias, impiedosos, que saboreiam incertezas, aceleram ponteiros e alternam sensações. A cobrança se fez inevitável mas, antes, deliciosamente, saborosa, direta, impiedosa. Adorável diálogo ao por do sol, distante e irreal, mas suficiente. Palavras que aproximam e faz lembrar que cada degrau é vencido de maneira segura, mesmo que em uma velocidade contrária a dos tais ponteiros. Viaja, navega, segue. Ao menos, a certeza de algo bom do outro lado permanece a mesma.