segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

o laço e o abraço


Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o
laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de
braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido,
em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.

E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

Mario Quintana

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Maybe Tomorrow (Stereophonics)



I've been down and I'm wondering why
These little black clouds keep walking around with me, with me
Waste time and I'd rather be high
Think I'll walk me outside and buy a rainbow smile but be free, they're all free

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

I look around at a beautifiul life
I've been the upper side of down
been the inside of out but we breathe, we breathe

I wanna a breeze in an open mind
I wanna swim in the ocean
wanna take my time for me, all free

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rosso como il cielo


Mirco (Luca Capriotti) é apaixonado pelo cinema. Até os dez anos, vive sua meninice na Toscana, quando um acidente doméstico lhe tira a visão. Enviado para um colégio para cegos, o protagonista de "Vermelho como o céu" tinha tudo para dar errado. No entanto, quem vence a vontade de desligar a TV ao se deparar com tamanha angustia e incenteza, acaba recebendo um prêmio não somente ao encontrar uma fotografia estupenda da Italia dos nossos sonhos. Encantam as falas, o humor singelo dos meninos do colegio e a paixão pelo cinema que faz cenário, fio condutor e via que leva o telespectador ao ápice da emoção de um grupo de pais ao final da trama. História real e, se não se interessou, resta dizer que Mirco se tornou um renomado profissional do cinema italiano.

Rosso come il cielo
Direção: Cristiano Bortone
Itália, 2006
96 min
Elenco: Fancisco Campobasso, Luca Capriotti, Simone Colombari, Marco Cocci



sábado, 1 de janeiro de 2011

O NOVO, O QUE JÁ CHEGOU

Eu já quis que 2010 começasse logo, quis que terminasse ainda lá no seu início, quis que nunca tivesse existido, e um dia passei a querer que ele ficasse pra sempre. Hoje, eu posso guardar de 2010 todas estas fases no mesmo lugar, porque se alguma delas faltasse, eu não seria agora esta aqui.
Pode ser válido para alguns cortar o ano em pedaços desproporcionais e separar o que veio conforme a nossa vontade e o que se perdeu pelo percurso, mas para mim este clima de esperança coletiva só vale se puder ser acionada a qualquer segundo, porque um segundo pode ser feito de muitas surpresas.
Para que o novo aconteça, ele não pede 365 quadradinhos novos na folhinha, ele só quer um segundo. Para que o novo aconteça, não é preciso faxinar a casa, refazer projetos, ensaiar aspirações, avisar os amigos que você deseja que cada um deles seja feliz a partir daquele novo calendário, etc, afinal, o novo não avisa, como vamos anunciar sua chegada? E isto é o gostoso da vida. 
Da mesma forma, o novo não sobrepõe tudo que existe, é apenas um degrau a mais, à frente, que você enxerga ou não, e onde você pode pisar ou não - e quem disse que o novo não pode ser um degrau para trás, onde você tem que ir pra refazer algum passo que perdeu? O novo não deveria inspirar medo, como também não, a euforia de que todo o resto ficou. Nem tudo fica, nem pode ficar. Senão ficaríamos nós mesmos, com todos os aprendizados, jogados como roupa suja no canto da casa.
Eu quero continuar, e não recomeçar. Eu quero o novo, não o início. Começar, eu comecei há anos. E apesar da troca de sonhos, de planos, de amores, de medos, de amigos, de tantas outras práticas (e teorias), eu não quero parar para descarregar nada - nem de ruim, que sempre se converte em adubo, nem de bom, que se guarda na estante. Eu apenas queria dizer que o novo chegou pra mim em todos os dias de 2010, e assim se segue. Feliz primeiro de janeiro! E um brinde ao que virá - amanhã, hoje ainda, antes mesmo desta canção terminar.