segunda-feira, 31 de outubro de 2011

indiferentemente

De uma forma ou de outra, proposital ou no acaso, deixei de amar alguém naquela noite. A chave que abriu as grades, a frase que quebrou barreiras, o papo que desfez os muros, nada deles pode segurar. Nem mesmo o espanto ficou pra ver.
De uma forma ou de outra, esclarecimento ou confusão, deixei de amar naquela noite alguém que pensava eternamente amar.
De uma forma ou de outra, largada ou conclusão, deixei de admirar alguém naquela noite, e tudo que até ali pensara ainda ter pra dar, jamais depois senti a menor vontade de pronunciar.
Porque, de uma forma ou de outra, deixei de amar alguém, que muito admirava e desejava, naquela única e insignificante noite. 

A.R.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011



ó, seguinte, nunca queira chegar a algum lugar a partir do que encontra aqui.
ó, seguinte, se pretende chegar a algum lugar a partir do que encontra aqui, melhor modificar as receitas tarjas pretas
ó, seguinte, nem eu sei.



ó, seguinte, não consegui postar a porra do vídeo, mas elogiei a moça, sem resquício algum de romantismos sem validade
pretendes o quê?



terça-feira, 18 de outubro de 2011



tanto
quanto

sou
estou
ante
mente
assim
de mim
volto
espanto
pulo
nulo
berço
terço
torço
dorso
tosse
nossa
dia
ía
JOGO



BOBO



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mal de Amor (*)


Toda pena de amor, por mais que doa,
no próprio amor encontra recompensa.
As lágrimas que causa a indiferença,
seca-as depressa uma palavra boa.

A mão que fere, o ferro que agrilhoa,

obstáculos não são que amor não vença.
Amor transforma em luz a treva densa.
Por um sorriso amor tudo perdoa.

Ai de quem muito amar não sendo amado,

e depois de sofrer tanta amargura,
pela mão que o feriu não for curado.

Noutra parte há de em vão buscar ventura.

Fica-lhe o coração despedaçado,
que o mal de amor só nesse amor tem cura.


(*) de Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

_ _ _ _


Não há palavras. 
 
     Há pura explosão.                                     
                                       
                      Silêncio,


                            este momento quer durar.


 _ _ _ _  

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Travessia

"Houve uma época em nossas vidas em que estávamos tão próximos, que nada parecia obstruir nossa amizade e fraternidade e apenas uma pequena ponte nos separava. Quando você ia subir na ponte, eu lhe perguntei:“Você atravessaria a ponte até mim?' Imediatamente, você deixou de querê-lo e, quando repeti a pergunta, você ficou silente. Desde então, montanhas, rios torrenciais e o que quer que separe e aliene interpuseram-se entre nós e, mesmo que quiséssemos nos reunir não conseguiríamos. Agora, ao pensar no pontilhão, você perde as palavras e se maravilha."

(em Quando Nietzsche Chorou)