quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

um pedido e um querer

Na última vez que tocaste os lábios nos meus, fizeste um pedido: “se cuida.” Pediu baixinho, sussurrou enquanto os olhos brilhavam de despedida. Sussurrou como se assim eu pudesse ouvir melhor, fixar o pedido como um mantra e fazer dali em diante com que aquele pedido fosse atendido em sua plenitude. Assim fiz. Cuidei da saúde, da alma, da família, dos amigos, das tarefas no trabalho, do ego, da mente. A tentativa não foi, necessariamente, sinônimo de êxito, mas guardou em si um mérito solicitado em seu sussurro.

Era 21 de dezembro. 2009. O silêncio das suas mãos percorrendo meu rosto, como se tatuasse na minha face o carinho mais sincero. Como se deixasse claro que algo de muito bom acabava de acontecer. Cuidei de mim, mas não cuidei de esquecer te. Isso não pediu, talvez porque não quiseste, ou mesmo esqueceste, ou mesmo desconsideraste. Então lembro de ti toda vez que o sol arde no rosto, como se pudesse recordar sua mão procurando minha boca.

Distância. Muita. Silêncio. Demasiado. E eu lendo que passa por uma tristeza profunda. Inquietante isso, pra dizer o mínimo. Não sou mais nem um detalhe naquilo que vive. Seria muita pretensão. Incômodo mesmo. Não quero você assim, mesmo que meu querer nada justifique.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

sagrado instante




Passava das nove da noite. O ar gelado de um oito de junho queimava meus neurônios sempre encabulados diante de alguém. Silêncio. Um oco dentro de mim. Quase vomitei tamanho desconhecimento daquele suspense. Pavor, Medo, Terror noturno. Infantil aos 15. Sim, nas últimas décadas do século vinte, a infância ainda perdurava até próxima dos vinte. Mãos dadas, insegurança cúmplice, um perfume que nunca mais me deixou, uma canção sem letra nem melodia. Sagrado instante que precede todo primeiro beijo.



No facebook



Se eu pudesse faria, sim, o facebook bloquear mensagem de religiões com as quais não compactuo, compartilhamentos repetidos, piadas bobas e também piadas boas compartilhadas por pessoas que sequer as entendeu. 
Eu bloquearia opiniões políticas de gente não engajada, e reclamações sobre os dias da semana e previsões do tempo. 
Se eu pudesse eu faria o facebook não me trazer publicações de campanhas que nem existem, nem aquelas correntes dizendo que temos que repassar.
Muito mais ainda eu pediria que fossem bloqueadas as imagens de sorrisos que não fossem de verdade, ou pediria um sinalizador para pessoas honestas que amam o deus que divulgam, que ajudam os animais que defendem, que cumprem frases de sabedoria e redenção. 
Se eu pudesse eu faria o facebook bloquear frases que dizem ser de artistas que nunca diriam aquilo. E bloquearia também todas as diretas e indiretas lançadas.
Ah...mas como conhecer tão bem as pessoas se não pelos seus defeitos e crises e fantasias...
É a oportunidade de falar bobagem ou ficar calado.
E quem quer se calar nestes tempos de tamanha interação virtual?

Falei também!