segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sem ti....dó

Ah, que pena, canção!
Tivesse você chegado um pouco antes. Lá atrás.
Tivesse chegado antes do tempo em que me fizeram não querer mais.
Que pena, canção!
Teria feito sentido. Teria feito sentir.
Teria sido A canção!
Ah...que dó, canção!


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

para uma amiga

Não quero mais te ver chorando. Agora somos mais amigos ainda, pois me parece que o ser humano tem uma estranha e curiosa habilidade de se aproximar ainda mais na tragédia. Enfim, nos abraçamos e pegamos nas mãos um do outro como nunca havíamos feito nos dois últimos anos e meio. Seu sorriso ainda não voltou ao normal, caloroso e com ar debochado, mas me parece que o carinho com aqueles que a cercam continua mais aguçado do que nunca. Você, minha querida amiga, é a prova de que família a gente não escolhe e de que amizade não se paga com notas ou uma folha de cheque. As atitudes que tem feito, dia após dia, diante dos meus olhos, desde julho de 2012, são surpreendentes e me ensinam ainda mais sobre o amor, sobre compreender e aceitar diferenças, sobre a paz que pode brotar de onde menos se espera.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Não será aos 25



À minha querida amiga Mary Dai

De um coração que também se espedaça como se ainda fosse adolescente. 
Você vai aprender, minha amiga, que todas essas dores causarão em você um crescimento incrível, incapaz de ser imaginado agora. Sim, amiga, eu te prometo! Porque crescer é isso...crescer dói! Mas você não entenderá isso agora...não será aos 25 anos de idade. 
Você vai demorar bastante em algumas situações. Sim...existem episódios muito longos. E existem aqueles que recomeçam ainda piores quando pensamos ter chegado ao fim. Mas você não queira saber antes da hora o peso da maturidade e a alegria que isso vai te causar.
Amiga, em várias situações, por mais desesperador que pareça, você vai ter é que esperar. E eu te aconselho a esperar em Deus. 
Enquanto espera, jamais pare. Trace um caminho e faça o que é certo. Ah...já aviso: muitas vezes, mas muitas mesmo, será uma tentação parar ou voltar atrás. E também será ampla a oportunidade de fazer o que mais lhe agrada. 
Jamais caia nessa de "siga seu coração", porque o coração é o mais enganoso em todas as histórias. Priorize sempre aquilo que é o certo. Mesmo que não seja prazeroso. E procure lembrar-se disso mesmo que não seja aos 25 anos que você entenderá tudo.
Eu também aconselho que você pense no que as pessoas vão achar disso. Sim, amiga...as pessoas que realmente nos amam sempre merecerão ser lembradas. São elas que segurarão nossa bolsa, nosso casaco e nosso arrependimento quando a decepção chegar.
O maior número de vezes possível, coloque-se no lugar do outro. Jamais priorize sua própria vontade. Não somos o centro do universo. É válido e bom doar-se para consolar os que te cercam. E se você não for consolada na mesma medida, procure esquecer. Algumas pessoas realmente não se importam com as outras - o que não significa que você terá que deixar de se importar com elas. Apenas se afaste e torça de longe para que elas se encontrem.
Isso não significa dizer que você deva sentir pena. Só existem coitadinhos em fábulas. Não pague a conta de erros que não são seus. Cada um tem sua dose de loucura e, automaticamente, de conseqüências a suportar.
Suporte as conseqüências dos seus erros sem vaidades ou vergonha. Com o tempo, passa até a ser nobre reconhecer o quanto errou. Depois, passa a ser totalmente válido. E depois verá que foram não os erros mas o reconhecimento e conserto que te fizeram chegar ao topo.
Minha amiga, eu espero que você não se esqueça desses conselhos, e que você um dia tenha maturidade para repassa-los, mesmo que ainda não seja agora, aos 25.

Com carinho

Amanda

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

rfx 3

"...Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos" - Clarice Lispector.