quinta-feira, 3 de setembro de 2015

AGT




O que eu diria hoje se viesse escrever um texto para você?
Pergunto a mim.
O que eu diria hoje?
Excesso de sensações, escassez de palavras.
Você é tão isso....de ser assim tão...
Nossa conversa ontem, tão breve, tão simples, chegando como um imenso pote de doces sortidos.
Você vai?
Sim, já quis saber se realmente vai.
Depois...ah...depois enfiei a expectativa numa caixa sem tampa.
A realidade é sempre menor que ela, já notou?
E você nem precisa ir, confesso...A expectativa me completou de alegria.
Agora é só transbordar, caso você vá.

Eu acredito não ter mais nada da menina que (não) usava tiaras e (nem) canetinhas coloridas.
Você também pode ter perdido o ritmo ou endurecido os dedos nesses tantos anos de sol forte.
Mas ontem você me fez ter vontade de olhar pra trás - te contei que parei de olhar pra trás? Sim...costurei um jeito próprio de ser feliz, mas não devo descreve-lo, você sabe, cada um desenvolverá sua fórmula sob tempo, sob suor.
Mas ontem você me pegou. Olhei pra trás e, surpresa, gostei muito do que vi.
Os fantasmas de outrora morrem. Estão bem além do alcance dos meus olhos, mas sei que agonizam. Eles já não tem mais do que se alimentar, entende?
Também vi uma série de pessoas-fantasma que um dia eu abriguei.
Vi pressa, pressão, medo e choro.
Eu gostei muito de tudo que eu vi, porque eles estavam muito, muito além da capacidade de serem reais agora.
Ontem eu olhei para trás e gostei de ver que tudo que eu gostava de ver antes está devidamente morrendo.
Sim, o morrer deles é eterno. Não se morre de vez. O que será deles agora é o morrer segundo a segundo - nem mais, nem menos - mas sim ir morrendo sem fim.
Deu certo!
Meu plano. Seu auxílio. Meu esforço. Sua torcida.
Não sonhe mais que precisa cuidar de mim, que bobagem! Você sempre precisará cuidar, não tem essa de urgências.
Olhando para trás eu vi você. E vi aquele email de maio de 2007, que depois virou o primeiro texto deste blog.
E então lembrei que eu ia inventar a você meu sonho. E compreendi que não preciso mais inventar nada.
Ontem eu olhei pra trás e vi você. E eu era tão sonhadora e suas palavras tão libertadoras.

Abra as janelas da minha cachola de novo!
Você ainda é o meu espaço preferido.
É a parte mais legal de qualquer sonho.
É meu parceiro de viagens sem sair do lugar.
Prometa que vai! Mas se não for, terá ido do mesmo jeito.
Porque ontem eu olhei para trás. E de tudo que eu vi, a única história que eu quero e sempre vou querer continuar é essa.