segunda-feira, 9 de novembro de 2009

chamar-te



repare como o vento escolhe seu rosto. perceba que, entre seus olhos e lábios, os traços revelam sensação de leveza quando se permite não fugir mais. compare os dedos, quando estão sozinhos e perdidos e, de repente, se encaixam a outros com carinho e maciez, dando ao silêncio um toque de calma e desejo expressos em cada milímetro, de cada par unido sem pressa. note como o tempo chega a dar mesmo uma brecha e estacionar, para depois voar lembrando que adorar é um sentimento permitido. lembre como cada palavra, sejam elas partidas de qualquer origem, se transformam em abraços ternos e longos quando ditas de forma compatilhada. inevitável como lábios se buscam e, junto deles, sussuros contam toda a verdade, a saudade, a segurança e a alegria de estar aproveitando o que tem de bom. o improvável sumiu mesmo do vocabulário, afinal uma tarde já se mostrou de forma plena, oferecendo cenário, banco, sombra, árvores, calendário oportunos para que, de forma súbita e indelével, percebessem que, a partir dali, poderiam definitivamente afirmar que a vida já lhes apresentou algo arrebatador. a partir dali, sem qualquer timidez, confessando cada detalhe de uma fraqueza que envolve e devolve fatos saborosos, pôde, naturalmente, acompanhando cada passo dos ponteiros, chamar-te minha paixão.

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