Há quase 40 horas aguardo um e-mail com alguns materiais que eu preciso muito, o que me leva a atualizar a página freneticamente e deixar o note ligado desde terça-feira. Mas chegou o seu e-mail, e me arremessou para um lugar que eu só encontro aqui, dentro da minha cabeça, e que há muito eu não me lembrava de visitar.
Seu e-mail escancarou o quanto é fato que eu não preciso de mais nada. Sou exagerada, reclamona, crítica, crítica, crítica, e são todos caprichos, nada além. O lugar onde temos a memória do vento no rosto na escadaria, a vontade de protelar o fim do passeio prometendo que no próximo metrô a gente embarca, a chuva lá fora, que chegou pra disfarçar os olhos embaçados, a apostila que a gente odiou, mas você insistiu que voltássemos para eu buscá-la na mochila que ia nas suas costas, as tantas lembranças.
O curto passeio a pé em Penápolis, depois da padaria, as horas esticadas em frente ao hotel, eu esperando você telefonar de manhã para se despedir de novo, você indo embora evitando a vontade de telefonar. As tantas ligações de madrugada, até 3h, 4h da manhã. Isso nunca foi mesmo amizade, isso não tem nome.
O curto passeio a pé em Penápolis, depois da padaria, as horas esticadas em frente ao hotel, eu esperando você telefonar de manhã para se despedir de novo, você indo embora evitando a vontade de telefonar. As tantas ligações de madrugada, até 3h, 4h da manhã. Isso nunca foi mesmo amizade, isso não tem nome.
Das tonalidades e suas variações a respeito dos departamentos diversos que você citou, eu não posso dizer. Eu ainda não vivi nada disso, e sempre que, se mesmo impotente eu lançar meus pitacos moralistas ou mimados, sei que sempre vou logo me arrepender, e me achar babaca. Posso mesmo, e sempre vou, andar preocupada com você, ainda que eu não te diga. Mas sobre a minha cabeça e você, eu posso dizer.
Não me recordo do gol contra que você citou, mas me lembro de vários dias em que eu quis dançar contigo palavras rápidas e atrevidas, pelo puro prazer estético que elas sabem dar (é como o efeito de um vestido rodado; ao toque de uma salsa, ele precisa e deve aproveitar). Ousamos várias vezes por isso, e por nada além.
Um dia essa cabeça propôs que nos lembrássemos de todos os amores que um dia me tiveram na mão (ops...que eu colocava na mão e esmagava, né?). Você sempre os conceituava rapidamente para logo apelidar cada um deles, conforme a característica que representava maior discrepância com o que você sabe que eu sou. E zombamos de mim por minutos deliciosamente ousados. Você não é homem nem mulher pra mim, você é um pedaço dessa minha cabeça.
Seu e-mail hoje trouxe tantas coisas bonitas que eu não saberia respondê-lo. Não sei por qual sensação, mas chorei um pouco em parte dele. Sempre vai ser um presente saber que você garante a manutenção daquilo que acha precioso - e que eu sou parte disto. Suas palavras foram daquelas que trocávamos há alguns anos, e que podem ter por algum dia nos levado a alguma confusão – a diferença é que agora não há confusão.
Ah...sobre o seu gol contra, eu nunca mais me lembrei dele – naturalmente, mastigo muito devagar, mas depois dessa etapa, a digestão é definitiva, e eu me esqueço dos sabores. Tem sido assim também com os amores, lembra? A saudade precisa ser saudade até seu último dia, e no dia seguinte ser pedaço de jornal velho. O mesmo com os embaraços que posso ter sentido. Pedaço e jornal velho, que se um dia quisesse contar história, ninguém pararia para crer.
Obrigada pelo e-mail sobre a sua cabeça. E não se esqueça que eu sempre vou pensar que isto não é mesmo amizade. É palavra não inventada, porque até hoje aqueles que chegaram perto de vivenciar, devem ter se assustado e partido sem provar. Aproveitemos nós disto que ainda não se criou!
Não me recordo do gol contra que você citou, mas me lembro de vários dias em que eu quis dançar contigo palavras rápidas e atrevidas, pelo puro prazer estético que elas sabem dar (é como o efeito de um vestido rodado; ao toque de uma salsa, ele precisa e deve aproveitar). Ousamos várias vezes por isso, e por nada além.
Um dia essa cabeça propôs que nos lembrássemos de todos os amores que um dia me tiveram na mão (ops...que eu colocava na mão e esmagava, né?). Você sempre os conceituava rapidamente para logo apelidar cada um deles, conforme a característica que representava maior discrepância com o que você sabe que eu sou. E zombamos de mim por minutos deliciosamente ousados. Você não é homem nem mulher pra mim, você é um pedaço dessa minha cabeça.
Seu e-mail hoje trouxe tantas coisas bonitas que eu não saberia respondê-lo. Não sei por qual sensação, mas chorei um pouco em parte dele. Sempre vai ser um presente saber que você garante a manutenção daquilo que acha precioso - e que eu sou parte disto. Suas palavras foram daquelas que trocávamos há alguns anos, e que podem ter por algum dia nos levado a alguma confusão – a diferença é que agora não há confusão.
Ah...sobre o seu gol contra, eu nunca mais me lembrei dele – naturalmente, mastigo muito devagar, mas depois dessa etapa, a digestão é definitiva, e eu me esqueço dos sabores. Tem sido assim também com os amores, lembra? A saudade precisa ser saudade até seu último dia, e no dia seguinte ser pedaço de jornal velho. O mesmo com os embaraços que posso ter sentido. Pedaço e jornal velho, que se um dia quisesse contar história, ninguém pararia para crer.
Obrigada pelo e-mail sobre a sua cabeça. E não se esqueça que eu sempre vou pensar que isto não é mesmo amizade. É palavra não inventada, porque até hoje aqueles que chegaram perto de vivenciar, devem ter se assustado e partido sem provar. Aproveitemos nós disto que ainda não se criou!
.
.
(Por isso gosto tanto da amizade em "A menina que roubava livros")
.
. (em 27 de janeiro de 2011)
Nenhum comentário:
Postar um comentário