segunda-feira, 19 de setembro de 2011

de uma despedida

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus".
(Fernando Pessoa)

Com estas palavras, e outras tantas, nos despedimos ontem do nosso tio Nivaldo, irmão do meu pai. Uma despedida longa, indescritivelmente triste, mas ainda assim bonita, muito bonita. Abraços que não sabemos calcular e que trocaram acima de tudo as intenções de que algumas coisas continuem.
Num único dia, vi várias pessoas se modificando por dentro, readequando alguns sentimentos, experimentando outros e, em especial, descobrindo que algumas tragicidades tiram a tinta de páginas cheias de caos anteriormente importantes. Manifestações de vida diante de uma notícia de morte.
Homenagens e tantas lembranças contadas pelas pessoas que puderam conhecê-lo de perto e absorver lições dos modos um tanto debochados. Hoje penso que é dele que herdei o sarcasmo. Debochava ele da vida? Talvez...mas é certo que debochava da morte, que não deve ter conseguido convencê-lo. Ele foi quando quis.

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