terça-feira, 20 de novembro de 2012

Deixar(se) ir - III


De quando a saudade é maior que o tempo de despedida. De quando a vontade rasga poros e exige cuidados. De quando a saudade reclama como se fosse hoje. E quer pra hoje, o que se teve um dia.
O não querer e o desejar. Da briga que eles travam dentro e fora daqui. Perto daqui. 
Da proximidade que não une. E da visão que não enxerga. 
Desejo do abraço diário, do calor que faz meu peito no teu antes de amanhecer. Dos cabelos ainda no rosto enquanto você sorri para mim - e ri de mim. Da ajuda pra pegar a bolsa e a blusa. Da realidade do dia que puxa pra um despertar de manha e vontade de não sair dali. 
Da saudade de quando você ria para mim - e de mim quando acordo.
Saudade é desejo. Vontade é desejo. Querer é outra parte. 
O desejo titubeia. O querer não....este tem certeza.
Deseja te ver ficar. Quer de uma vez por todas conseguir.
Mas não consegue deixar, partir. 

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