terça-feira, 16 de setembro de 2014

Harriet

Tinha excesso de vida quando morria de amores.
Ao contrário da morte, ao contrário da vida, ao contrário de nós, contrariei...quem?
Do avesso? Do contra? Da loucura?
Tão diferente da moça tão morta que aparece tão viva no fim...
O susto é todo meu. Não sei onde você está - e pela primeira vez não te amo?
E pela primeira vez é a primeira vez que a certeza chega tão perto e bate o medo que acerta com soco a boca do estômago.
Ao contrário da moça tão morta que aparece tão viva no fim...
Não sei de você e procuro me esconder.
Quem mutilou quem? Quais as suas cicatrizes?
Tem falado que são suas as razões e minhas as culpas. Eu vinha estancando feridas que nunca viu.
Tem falado que suas decisões são apenas minhas vítimas. Eu vinha esperando por uma despedida e você nunca fez.
Tem falado que mudo de opinião.
Tão diferente da moça tão morta que aparece tão viva no fim...
Perdi a vontade na parte mais fácil do caminho?
A sempre louca dificuldade de dizer com as luzes acessas.
Minha prolixidade. Sua covardia. Minha prolixidade. Seu silêncio. Minha prolixidade. Suas acusações.
Ao contrário da moça tão morta que aparece tão viva no fim...
Foi agora, somente agora, que eu descobri que nunca te amei?
Não entenda! Não entendo.



Nenhum comentário: