sábado, 18 de dezembro de 2010

S A C O O O O !




Meu caro, leia sem demora. Aceite sem escolhas. Aprenda se não for cabeça-dura como eu. Retiro o que disse na postagem anterior, gostar é quebrar a cara mesmo, e não deixe de arriscar a sua. É o que dá ritmo ao mundo que gira tão despercebido.
Gostar é comer um pedaço de papel, sabendo que é papel, com gosto de papel, mas com a disposição total de pensar que é um gostoso wafer com muito chocolate.
É comprar até o filtro do café ou o enxague bucal, pensando naquele ser tão desconhecido quanto a nossa capacidade de entender que ele nem vai reparar.
Nem a encomenda tão esperada, ou o amigo que veio de longe, conserta a tristeza de um dia azarado entre você e ele (ou ela, tô me redimindo com você, sócio).
É esperar uma semana por algo que não acontece, e se sentir um cachorro molhado, um vestido novo com vinho tinto, um penteado desfeito. É desaforo! É saco cheio!
É pintar as unhas dos pés e depois escolher um sapato fechado. Comprar sorvete pra vê-lo derreter.
Gostar é um bicho-de-pé - oh, se é! E a gente quer mesmo é coçar, sem tempo pra se livrar.
Filho, gostar é igualzinho se proteger da chuva, e quando ela passar ir lá puxar as folhas das árvores e se molhar inteiro.
Parece a falta do que fazer encontrando a vontade de matar o tempo. É se desproteger. É arriscar.
Gostar é subir num pé de goiaba sabendo que a fruta tá podre,  - mas vai que dá pra aproveitar tirando o miolo, né? - cair, quebrar o braço e ainda achar que ficou no lucro.
Gostar é estar colorido por dentro e por fora, numa combinação brega que todo mundo na rua nota, menos você.
É gastar muito mais tempo sofrendo do que curtindo, mas encostar a cabeça no travesseiro e sorrir sozinho antes de dormir.
É enxergar que aquilo pode até ser mal e tal, mas pensar com um suspiro "mas pode até ser que seja demais!"


Um comentário:

Talita Rustichelli disse...

Gostar é uma coisa mais ridícula do mundo. É saber que vai doer, mas compensa (às vezes). (suspiros e mais suspiros...rs)... Bjokaaas