segunda-feira, 31 de outubro de 2011

indiferentemente

De uma forma ou de outra, proposital ou no acaso, deixei de amar alguém naquela noite. A chave que abriu as grades, a frase que quebrou barreiras, o papo que desfez os muros, nada deles pode segurar. Nem mesmo o espanto ficou pra ver.
De uma forma ou de outra, esclarecimento ou confusão, deixei de amar naquela noite alguém que pensava eternamente amar.
De uma forma ou de outra, largada ou conclusão, deixei de admirar alguém naquela noite, e tudo que até ali pensara ainda ter pra dar, jamais depois senti a menor vontade de pronunciar.
Porque, de uma forma ou de outra, deixei de amar alguém, que muito admirava e desejava, naquela única e insignificante noite. 

A.R.