terça-feira, 15 de maio de 2012

crônica de maio


                                                (Tarsila do Amaral)

Uma fila maior do que precisa no banco. As pessoas em silêncio, boletos às mãos, filhos no colo. Na central de cópias de uma movimentada avenida, atendentes despreparados tecnicamente, embora esteticamente beirem à perfeição. Na mesma copiadora, alguém quer ultrapassar e ser atendido antes, mesmo diante do totem de senhas digitais. Ah! Naquele posto de gasolina não tem fila. Paro o carro e os R$ 0,20 a mais do que a média, por litro de gasolina, explicam a solidão dos frentistas agrupados em conversa reticente. Um caminhão, praticamente sem freios, não mede a transição rodovia/avenida e quase impede que dois universitários cheguem à aula da tarde. Por sorte, o rapaz demonstrou habilidade ao volante. Venta frio, seus olhos não estão em nenhum outdoor. Muito menos o brilho do seu sorriso encontra semelhança em tantas almas que parecem perturbar o mundo com uma existência parca. Param para o almoço. Frentistas, motoristas, copiadores, mães e amantes. Param na hora certa, mas o mês de maio impede que a comida se mantenha em temperatura agradável.

Um comentário:

Anônimo disse...

ADOREI!! e TE ADORO!