sexta-feira, 4 de maio de 2012

Não me diga 'tchau'



Não me diga 'tchau' e não dependa da sua consciência pra ficar. Ficou um silêncio tinindo nos meus ouvidos. E eu soube imediatamente que no seu também. Você estranhou o tinir indeciso da sua própria decisão cortante. E você, depois que cortou, ficou meio mole. 
Fez eco o espaço sem palavra entre sua boca e minha orelha. E sobrou batom entre a minha boca e a sua nuca. Não me diga 'tchau'. Te beijarei a testa, contanto que não me peça apenas isto. 
Tem sol de sobra e a minha manhã não teve outra alegria. Serei aquela que guarda o seu sorriso nos próprios olhos. E aprendi a cada um desses dia guardar cada risada extensa, pra só então depois contar que me faz rir.
Serei a melhor amizade, desde que sobre vontade e falte medo. Não me diga 'tchau' e não dependa do próprio aconchego pra ficar. Deixe que eu leve aconchego. Eu me achego até seu canto, longe, eu sei...longe e a um passo quando der vontade.
Regue a expectativa, não se cobre ser chegada. Eu chego. Eu deito na tarde perdida enquanto você não chega. E a estada será maior que a estrada, acredite! 
Não me diga 'tchau'. Lembrei que nunca nesses tantos anos nos despedimos, ainda que o intervalo fosse infinito. É assim que eu me viro. É assim que eu me meto. E por fim é que eu arrisco: pode sim dar pé. 
Mas isso de hoje de eu nem opinar não foi medo de dizer. Foi é coragem de calar.



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