segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

certeira

os dias já foram embora, embora a lua não apareceu. chato esperar a luz da lua, com a lua de uma lanterna que insiste em resolver não fazer escuro. mas escuro pode ser bom, assim como o silêncio. em muitas tardes, noites, manhãs recém amanhecidas, deixei que o silêncio organizasse as coisas aqui dentro. cabeça, coração, sentimento, razão. tudo já foi muito quieto, quieto mesmo, da maneira que ensina, acalma, deixa em paz. me deixa em paz! 
recebo teu chamado como que não pudesse ter forças para resistir. não quero resistir, não posso resistir e...resisto. simples tuas palavras, teus gestos parecem mais leves, mas como ter a certeza se não posso olhar nos teus olhos? então tenho a chance, que passa por mim feito o lado oposto de uma escada rolante....vai, vem, enquanto vou, depois fico, te olhando, saindo, sem medo, sem guias, sem mim.
olhos tão jovens, sorriso tão sábio, decisões tão diretas, me deixam quase mudo, desta vez em um silêncio que incomoda, que envergonha, que castiga. passo a queimar neurônios e não tenho algo formulado que possa ao menos responder aquela voz sóbria e cheia de certeza. qual certeza? ponto para a dúvida, sempre ela, certeira. 

Um comentário:

Amanda Reis disse...

Sócio, nos últimos posts não tenho conseguido decifrar você. Precisamos muito de uma escadaria na cidade da dura poesia concreta. Adoro você.