Tentemos recomeçar, como a vida. A vida é estridente, como pode ser o sábado, mas jamais a sexta. A sexta é o tempo de um silêncio múltiplo e indefinido, até a última gota de cada ponteiro, de cada relógio, de cada fuso. A sexta é uma grande tribuna. Um espaço a ser preenchido com depoimentos, agradecimentos, respostas que buscam alguém, por mais rude que seja. Continue buscando. As palavras virão se perder o medo. Medo da sexta. Não, medo não, indefinição porque a roupa que prepara para encontrar o por do sol e viver a noite como não viveu a tarde e como não existiu a manhã pode te levar a um portal de sensações. Essências quem sabe. Discursos ou monólogos. Diálogos são perfeitos, mesmo que desconjuntados. E a vida te provoca, como a véspera do sábado. Te coloca na saborosa dúvida de que pronome inserir antes do substantivo. O verbo você já sabe, mas a decisão...ah! a decisão de teclar o definitivo. Essa apavora.
Mas notou como esse pavor não aparece em outros dias da semana? Notou como tem pontos de interrogação neste texto, teclado sem roteiros, mas teclado na sexta? Nada foi proposital, porque perde a graça se pularmos a sexta.
4 comentários:
Incrível como penso tudo isso da sexta. Digo até que morro de medo de alguém que eu gosto morrer na sexta. Bateu uma telepatia de anos lendo isso agora.
este espaço é lindo
Cheguei aqui no seu blog após ler a reportagem publicada no caderno Vida da Folha da Região de Araçatuba, no dia 8 de Julho de 2008. Escrever realmente é uma terapia. No meu caso, é uma forma de expressar o que penso diante dos acontecimentos. Você está de parabéns! Vou linkar a sua página ao meu blog. Um super abraço!
Vai ter sensibilidade pra descrever uma sexta-feira assim, lá na China, viu!!!
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