quarta-feira, 25 de julho de 2007

A cara amarrada deu lugar a um brilho intenso em seus olhos

Durante a manhã, choveu. Foi cômodo pelo menos para se manter em uma sala com desconhecidos que pensam entender muito em uma realidade que é mais complexa do que imaginam. Pedante eu? Sei lá, pode chamar assim, se preferir. A vida já colocou diante de cada sobrenome inúmeros rótulos que nessa era sem fundamentos é besteira se preocupar com eventualidades. Sigamos. Ela insistia em ir até uma certa escadaria que tinha visitado quando ainda era criança. Ele queria mesmo era ir, não sabia para onde, mesmo que fosse para a escadaria, mesmo que fosse embora. Mas a despedida assim, no final da manhã seria no mínimo vazia. E além de ir, ele teve que buscar no mapa, no meio da floresta, o caminho que os levasse aos degraus. Mistérios aos montes é o que oferece essa doce criatura, que quer e quer, mas sempre pede pra ser conduzida. Pede não, insinua. E consegue, sem que reclamem. É para poucos mesmo saber lidar com tamanha controvérsia: exigências e pedidos sorridentes, não há como negar que se trata de algo tênue. Fugiram dos primeiros pingos da chuva que avisava que voltaria. O céu cinza, cinza, carregado, mas aguardou que chegassem debaixo de uma árvore, um ponto que os levaria àquele lugar que ele nem tinha certeza de que saberia voltar. Debaixo daquela tenda, árvore, concreto, pouco importa, se conheceram mais. Chuva, muita chuva, foi o pano de fundo entre um sorvete e outro, de uma água e a primeira tentativa de rasteiras que a fez ficar perplexa de como ele poderia ser ... maluco? espontâneo? leve? até hoje ele não consegue sentir o que ela sentiu. Ela tão pouco quer explicar, ele se conforma, não quer entender, apenas ir. Riram, se esconderam, cansaram de esperar até que a chuva parou e algo se abriu para que se sentassem lado a lado. Mais uma vez, se sentiram em ambiente estranho. Ele reagiu com atenção para avistar as escadas. Ela, reagiu falando, falando, falando, com uma segurança em seu guia que a permitia falar sem cansar. Se provocaram como se descobrissem na infância, se entreolharam por entre lentes um pouco tímidas, um pouco atrevidas. O receio de que não avistassem as escadas fez com que pedisse silêncio. Ela sumiu de repente. Ele nem se importou, afinal queria mesmo era continuar com traquinagens que permitiam senão se conhecerem além do previsto. A irritação dela com o pedido de silêncio fora ao mesmo tempo mortal (diz ela) e marcante (crê ele). Mais um motivo para diversão, já que era esse a função daquela tarde que começava com mormaço, um pouco de fome e incerteza de como terminaria. Falaram pouco por cerca de quinze minutos, ou nada. Ele avistou as escadas, se levantou como se fosse a deixar perdida...ela se levantou e, ao colocar os pés no chão novamante, retirou a cara "amarrada". Era brilho puro o que refletia em seus olhos. Era alegria o que ele sentia ao se deparar com o brilho dos olhos dela. Satisfação é pouco o que possa representar aquela chegada. Uma nova página começava a ser escrita.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Exupery


"Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo (...) Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música (...) Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! - Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."


(Antoine de Saint-Exupéry - O Pequeno Príncipe)

Sobre o mesmo fim de tarde

Caminharam durante algumas horas, mas, como ela é chamada por ele de exagerada, caminharam centenas de quilômetros num único dia. Ao menos era assim que os pés se sentiam, já que, além do corpo mole (porque ela é um tanto preguiçosa para as atividades físicas também), levavam o peso da bolsa, das blusas de frio, da apostila. Apostila? Ela lembrara somente meses depois que havia sim uma apostila cheia de páginas quase em branco.
Precisou interromper a caminhada antes dos já previstos últimos passos. Precisou porque, além de cheia de ritos, é possessiva. E, independente de pensar se era ou não a hora certa – diga-se “bonita” - de se despedirem, queria mais tempo com ele.
Disse que estava com fome - mas talvez tenha inventado, não sabe mais. Uma cantina estreita com pessoas interessadas em refeições rápidas no balcão, ainda que num sábado. E ela tentando não contagiar a refeição com aquele ritmo onde o que importava mesmo era apenas matar a fome. Precisava matar a mania chata e birrenta de querer uma coisa e não abrir mão. Precisava convencer a si mesma, em poucos minutos, de que o dia seguinte traria o próximo encontro. Apenas o dia seguinte. Na verdade, sofreu por antecipação, porque teriam outro encontro no mesmo dia. Conversariam por horas. Ele, de chinelos. Ela, antes de cochilar sob os raios de luz de tantos postes e fachadas de bares e restaurantes, que uma terceira pessoa da história os levou para conhecer.
Mas como é ansiosa, no fim da tarde já estava mesmo no fim do roteiro, em plena cantina. Sossega e come! Aliás, “come com as mãos mesmo”, ele disse. Parece até que estava com pressa. Estava? E quem disse que esperar por pratos e talheres não seria uma outra, ainda que quase insignificante, estratégia de atraso. De prolongamento da conversa. Mas a estranheza era mesmo quanto a falta dos talheres. Esfirra a gente come com as mãos. Eu sei, chatíssimo! Mas esfirra aberta??? E depois ela é que é uma garota muda que usa tiaras e canetinhas coloridas! Por procurar talheres! Comeu mesmo com as mãos. Não sabe se matou a fome porque ficou pensando em argumentos que fizesse querer ficar ali ao menos por uma eternidade. Mas não quis. Ele precisa ir. Ela precisava ir. Não sabia que ficariam ali quando quisessem. E que poderiam voltar, por exemplo, numa sexta-feira a tarde, marcando o encontro para o minuto seguinte. Conversaram. Foram embora. Nos poucos passos entre a cantina e a possibilidade de descansar, já não sentia o peso da bolsa e do cansaço. Já não se preocupava com despedidas. Porque o convenceu a leva-la até a porta. E ele foi sem reclamar nem um pouco.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Simples, no fim da tarde

Já haviam andado um bocado, visitando alguns poucos lugares, nem imaginavam o que lhe reservaria o dia seguinte. Mas pra que esperar o dia seguinte pra ver se em algum momento aquele encontro teria compensando? O acaso os levava ao ponto de partida e talvez o mesmo acaso deixaria a tarde cair sem a menor importância. Ambos adoram o silêncio, ainda mais quando carregado de pinceladas significativas de incerteza. Mais uma ou duas esquinas e estaria entregue a menina que pedira informações para chegar em casa. Pobre menina, tímido menino. De tão tímido, imaginava que ela estaria usando tiara, mas não, talvez a timidez e o questionamento do que estariam fazendo ali, bem longe de um mundo que os sufoca, já refletisse em sua mente e corpo, cansados de andar e andar. Avistou o portão anunciado, branco, alto e resolveu ter fome para alongar um pouco mais aquelas palavras, poucas que ainda fossem. Ela aceitou o convite e entraram em uma casa árabe. Porta estreita, corredores longos, um cheiro de quitutes mediterrâneos pairava no local. Ele percebeu que ela ficara um tanto quanto deslocada. "Acho que ela nunca parou em lugar algum para comer assim, de repente e, ainda mais, em pé!", pensou ele. Enfim, convite aceito, ela demonstrou pouca habilidade com o improviso, mas resolveu se sentir a vontade, embora ele não tivesse se convencido. Como bom amante de gastronomias diversas, ele se adiantou e pediu algumas esfihas e, percebendo um certo desconforto na menina que mal sabia apontar qualquer direção quando estava longe de casa, resolveu sugerir algo que fosse leve e pudesse quebrar o gelo entre ela e o balcão. Bem servidos, a moça ainda se mostrava confusa com simples atos de onde colocava as mãos, a bolsa, se relaxava os dedos dos pés ou se abria a boca. "Come com a mão mesmo", sugeriu o menino que apesar da idade já não é tão menino (mas faz questão de guardar molecagens que quebram qualquer gelo). E depois ele sorriu, ela também, timidamente. Ficaram por ali cerca de meia hora, riram de quase tudo, por quase nada. Não apenas mataram a fome, mas definitivamente quebraram o gelo, as cerimonialidades. Ele, conseguiu enfim rir da cara dela sem ser considerado um desalmado. Ela, descobrira que não existe pecado algum em comer com as mãos. Simples, no fim de tarde. Surpresa, no fim de uma rua. Agradável, como algo que começa depois do fim.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Manhã de terça

Um pouco do que viveu pela manhã. Acordou antes do previsto, depois do que muitos querem e imaginam. Café, silêncio, passos lentos, os sons de sempre, as frutas de sempre, muita água. De volta ao mesmo quarto, pensou que ligar a luz com o sol já radiante seria uma contribuição com o aquecimento global. Abriu as janelas, resolveu, ao contrário do que imaginava para mais uma morosa manhã de terça, se sentar, dentro do quarto, vistas e mente para fora dele. Via as arecas balançarem com um vento que não lhe soprava o peito. Apenas passava aquele vento como quem levasse embora o adubo recentemente despejado em uma frágil plantação de...girassóis talvez (não tem conhecimento científico para tanto). O que sentia era que o vento apenas estava de passagem, não invadia peito adentro como se faz em escadaria e em companhia certa, por mais falante que seja. Que silêncio fez-se nessa manhã, na mente, no coração, na alma, que se renovou permanecendo a mesma. Contempla e busca algo em uma paisagem que o acompanha por anos e pouco lhe significa. Que sociedade observa dá li ce cima, de dentro do quarto? O que já fez por ela? Não busca respostas, como ultimamente não busca. Contempla e contempla, em silêncio, quer estar bem apenas, se permite ser egoísta e apenas estar bem. Tira os sapatos, as meias, levanta as barras da calça e se acomoda no chão mesmo. Olha o céu, ouve alguns sons que misturam urbano e sublime, humano e natureza...combinações que enlouquecem e impedem, que fazem 'sair do corpo' como revelara uma certa pétala...ai dias que se arrastam entre obrigações que lhe agradam mas enfadonham durante a noite, no meio dela, vem a insônia...ai dias, que trazem o medo de antigas crises e impedem que a madrugada chegue de mansinho, sem pressa para acabar...ai manhãs de terça, morosas e infinitas, suaves como passos não bailados. Registrar o que se passou é uma forma que alivia, envia para uma caixa que talvez nunca se apague, encontrou uma maneira de guardar a si mesmo. Longe dali, mas dentro de um bau por demais seguro.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Significados e buscas

Não seja pobre de espírito. Mantenha a distância daquilo que não te leva no mínimo para o lado. Ser sensível não significa chorar. Porque lágrimas são derramadas na mesma quantidade por um paredão de execução e por um poema. Perceba as gotas que se intercalam após a estiagem. Bela palavra, estiagem, por pior que signifique. Mas o que significam conceitos, atos e ações que nem sempre ocorrem em condições desejadas? O óbvio é odioso. Se for assim, ligue a TV. Prefira as palavras que escapam de repente. Elas não são deslizes, são expressão de uma verdade pura, digna da infância. Se bem que a molecada hoje aparece já com controle remoto e memória digital. Não há o que socorrer, então assista Crash. Oscar em 2006, relata a intolerância, a ignorância, o preconceito e a falência humana com raro toque de sensibilidade. Mas uma película não significa nada. As pessoas querem rir, mesmo que ao dobrar da esquina sejam textualmente executadas. Retalhos de algo que se foi a um clique sem vergonha. Já foi, o mundo não permite que se faça o mesmo roteiro. Tente mais em outro vazio. O que significa tudo isso? Você não entendeu, tente em outro vazio, porque o vazio é moda, é tendência, é elegante. Busque.

Vontade

Chuva! Frio! Pautas! Fome! Barulho perfeito entrando pela janela! Vontade de mergulhar num bom livro! Vontade de parar de pensar ao menos por alguns minutos. Amigo perturbado (só um???), eu perturbando a vida de alguém com as complicações que é ser um poço de dados que nunca sossegam, o som do rádio me perturbando. Sono! Vontade de nunca dormir. Vontade de ver as fotos que a Graziela nunca manda, que o Clayton nunca manda, que o Itiro nunca manda. Vontade de correr na chuva - se não tivesse frio. Pés molhados. Vontade de que comece logo a seleção de boleros nesta AM que a profissão escolhida (escolhida???) nos obriga a acompanhar. Vontade de colocar um som. Vontade de ouvir Ibrahim misturado com o barulho de chuva - que agora parou! Puta impaciência! E até o som da chuva pára quando eu quero curti-lo! Vontade de ter todas as vontades do mundo. E realizar nenhuma, para que não terminem. Impaciência.
Agora a radialista começa a ler os jornais da cidade. E aproveito para saber como ficaram as matérias que escrevi ontem e sobre as quais já não me passa quase o assunto pela cabeça. "Não vou discutir", responde a alma gêmea textual com quem tento um diálogo menos neurótico. Somos neuróticos. Hoje está sendo um dia neurótico. Chuva fina, fria e constante; céu nublado como eu adoro, ruas vazias e alagadas, pessoas quietas e bem agasalhadas; um e-mail-crônica exclusivo para a minha caixa de e-mails logo pela manhã; um convite para rever amigas de velha data, fofocas ditas em códigos com a pequena grande amiga que vejo tão pouco e sabe tão detalhado das minhas confusões - até mesmo antes de eu comete-las. Uma quase-discussão com a pessoa que eu devo perturbar muito, porque se irrita só de ouvir a hipótese diálogo-com-a-Amanda. Idéias contraditórias no mesmo espaço. Vontade de organiza-las, mas, mais ainda, vontade de deixar para organiza-las mais tarde. Vontade de não ter vontades. Vontade de escrever qualquer coisa bonita e depois ouvir daquela exigente alma gêmea textual que eu escrevi exatamente o que ele escreveria.
Mas a música me irrita de novo. O frio me deixa impaciente. Pés molhados. Mãos geladas. Vontade de que alguma vontade substitua todas as outras. Mas qual? Vontade de parar de pensar por alguns minutos e depois retomar tudo, só para saber quais pensamentos me tomariam primeiro. E assim eu os nomearia "importantes". E assim eu escolheria as vontades. Os passeios. Os amigos. O marido. O modelo do vestido. O nome dos filhos. O caminho para casa. O canal de TV. O livro. O minuto certo para ter vontades.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

"Nem um"

Tenho conversado pouco com você, muito menos do que gostaria. Ao mesmo tempo, e justamente devido a isso, tenho conversado pouco comigo mesma. Não sei qual dos silêncios quebrou primeiro a dança, mas eles agora são par. Por estar quieta por dentro, sem nenhuma música que venha da minha cachola, não posso fazer rima, imaginar, produzir os passos para o nosso salão branco cercado por réguas e barras de configurações. Não gosto de aparecer sem ao menos uma risada barulhenta e perturbada, do jeito que você acha engraçado. Incomoda estar chata, cinza, sem vento, dizendo nada além do que gente não-per diria. Para isso, temos as pessoas normais e menos incomodadas ao nosso redor. Nossos momentos são de liberdade, mas, ao mesmo tempo, intensidade – nem que seja reclamando da falta de vento. A reclamação tem que virar um dramalhão, até um dizer que o outro reclama é “sem motivos, sim, senhor (a)”.
Ao mesmo tempo, pelos dias em que estamos sem conversar, tenho me esquivado de mim mesma, despertado e pulado da cama no segundo seguinte, passado a noite toda na televisão, sem ligar o computador há uns 10 dias, para não ouvir músicas, rever arquivos, textos e, principalmente, o salão branco cercado de ícones, onde eu tanto queria entrar, mas sei que não ficaria. Por estar cansada de dançar à distância. Hoje resolvi retomar a velha rotina de computador mais música mais salão branco, porque a vontade de fazer alguma coisa que modifique nossa comunicação me lembrou do quanto é difícil isso acontecer por enquanto, e que, mesmo que não seja a melhor dança a dos passos via e-mails, nos mantém em forma e em dia com a SDDS, que exige, lembra, cobra. Todos os dias.
Sentia-me devedora de tantos e-mails, mesmo sabendo que eles não precisam ter continuidade. Mas prossigo com o rito de querer tempo e vento para respondê-los porque o que provocam enquanto leio faz com que eu queira prolongar alguns assuntos, questionar outros, deslizar pelo salão com este e aquele.
O que incomoda mesmo é não esperar pela aparição de um texto sobre um assunto inusitado ou um tema trivial. Porque sei que dificilmente ele virá, já que também está silencioso. Por isso hoje estou aqui improvisando, sem passo ou sapato novo pra mostrar. Ouvindo boleros, descansando, pisando sozinha nesta tela que parece não deslizar. Ah! Mas como eu queria estar no meio de uma dança! Os pés estão um pouco endurecidos, ou como se alguém tivesse amarado os cadarços no tempo em que passei sentada. Agora me arrependo de não ter aproveitado para retocar a maquiagem. Poderia ter penteado os cabelos ou tomado uma taça de vinho, enquanto esperava. Que vontade de voltar a dançar! E nem sei como chegar ao salão. Penso que terei que começar tudo de novo, como os iniciantes. Deixe este e-mail de lado. Por enquanto é só uma caminhada descompassada de pés sujos por um salão de luzes apagadas. Continue sem calçar os sapatos. Estou há tantos dias sem salto que nem sei onde posso tê-los deixado. Vê que pela primeira vez não quero todas as regras. Mão direita nas minhas costas. Estenda o braço esquerdo, palma da mão voltada para você, onde meus dedos se ajeitam, agora sem unhas roídas. Meu braço esquerdo abraça. Face direita paralela à outra face direita. Pés intercalados anulam qualquer risco de trombadas ou pisões. E deixam de pedir atenção aos olhos, que podem ficar abertos ou não. Ainda aceita dançar comigo?
Maio, 2007



terça-feira, 10 de julho de 2007

Escrever...

“Escrever nem uma coisa
Nem outra
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas
Assim
Ao poeta faz bem
Desexplicar
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes”.
(Manoel de Barros)